O Dia do trabalho é comemorado em diversas partes do mundo e é uma data que simboliza não somente o trabalhador em si, mas suas lutas e conquistas mediante a construção de uma nova era: a industrial.

Comemorado no dia 1º de maio, o Dia do trabalho tem muito a nos contar para alguns apenas mais um dia descanso, no entanto, esta data tem muito a nos contar.

Entenda porque comemoramos o Dia do Trabalho e o que esta data tem a nos contar sobre a história dos trabalhadores do Brasil e do mundo.

Dia do trabalho – Origem

O trabalho tem raízes profundas, fazendo parte da própria evolução do homem através e a construção e desenvolvimentos de ferramentas que permitiam que o mesmo praticasse atividades para sua própria sobrevivência.

No entanto, o trabalho ao longo da história deixou de ser apenas uma atividade de sobrevivência vindo a se tornar uma atividade lucrativa, gerando dinheiro apenas para aquelas que obtinham o poder, ou seja, os burgueses.

A origem da data se deu na cidade de Chicago, nos Estados Unidos, onde milhares de trabalhadores, organizados pela Federação Americana de Trabalho, organizaram uma paralisação de seus serviços no dia 1º de maio do ano de 1886.

A greve se deu por conta das condições de trabalho as quais os trabalhadores se encontravam. Em condições desumanas que envolviam uma jornada de trabalho extensa, pagamento de baixos salários e um tratamento indigno por parte dos patrões, os trabalhadores se viram obrigados a tomar uma atitude.

Tais condições de trabalho não eram um reflexo do descaso burguês apenas nos Estados Unidos, mas também em todas Europa.

Principais reivindicações da greve dos trabalhadores

Os trabalhadores se viram obrigados a tomar uma atitude antes que aquela situação se tornasse ainda pior. Dentre os direitos reivindicados na greve, estava a diminuição da jornada de trabalho de 17 para 8 horas.

Tal reivindicação não era uma ideia nova, mas sim, um pensamento estimulado pelos chamados anarquistas, que ao fundarem um sindicato no ano de 1884, já previam esta mudança.

A greve então, era resultado do estímulo de um pensamento pela luta de direitos que visavam dar melhores condições de trabalho.

Só na cidade de Chicago, a greve resultou na paralisação de mais de 340 mil trabalhadores atingindo diversas empresas.

Por que no dia 1º de Maio?

A data escolhida para realização da greve não foi por acaso, no dia 1º de Maio várias empresas começavam o seu ano contábil, onde os contratos de trabalho terminavam e assim, os trabalhadores buscavam por outros empregos.

Consequências imediatas da greve de 1º de Maio de 1886

Como toda luta pelos direitos, nesta também houve violência e algumas mortes. No dia de 3 de Maio, durante uma manifestação, grevistas da fábrica McCormick saem em perseguição de indivíduos contratados para furar a greve e são recebidos por policiais armados por rifles.

Neste confronto, 3 trabalhadores saíram mortos. No dia seguinte a este fatídico episódio, uma marcha foi realizada e à noite, depois que a multidão se dispersou da Haymate Square, sobraram 200 manifestante e uma quantidade igual de policiais armados.

Neste momento, uma bomba explode perto dos policiais e mata um deles, em seguida, mais 7 deles foram mortos no confronto.

E as mortes não pararam por aí, muitos sindicalistas anarquistas também foram condenados à forca pela greve entre eles  Albert Parsons, Adolph Fischer, George Engel, August Spies e Louis Lingg,.

Alguns, no entanto foram presos, entre eles,m Louis Lingg, que acabou cometendo suicídio na prisão ao tomar uma cápsula explosiva.

No dia 11 de novembro de 1887, aqueles que foram presos também foram condenados à forca, dia que ficou conhecido como sexta-feira negra ou Black Friday.

A prisão perpétua foi destino de outros 3 anarquistas, mas no ano de 1893, depois de 7 anos presos, estes anarquistas foram inocentados pelo governador de Illinois, que confirmou ser o chefe da polícia que encomendou o atentado ocorrido no dia 3 de Maio para justificar a repressão que viria a seguir.

Como do dia do trabalho se transformou em feriado?

No ano de 1889, a Segunda Internacional Socialista se reuniu em Paris e decidiu fazer a greve todos os anos na mesma data na intenção de conseguir validar a jornada de trabalho de 8 horas diárias.

No dia 1º de Maio de 1891 também houve a morte de manifestantes pela polícia na França, o que serviu como força para impulsionar ainda mais as lutas.

Alguns meses depois do ocorrido, a Internacional Socialista de Bruxelas proclamou a data como dia internacional das reivindicações trabalhistas.

No dia 23 de abril do ano de 1919 o senado francês ratificou para 8 horas a jornada de trabalho e proclamou feriado o dia 1º de maio. No ano seguinte, a União Soviética seguida por outros países, teve a mesma postura.

A conquista que veio aos poucos

Mas o Dia do Trabalho não foi um reconhecimento mundial a primeiro momento, mas sim, resultado de lutas e mortes nos países em que se desenvolveram os conflitos pela conquista deste direito.

No Brasil, apesar de existirem comemorações em relação ao dia desde o ano de 1825 , foi somente no ano de 1930, com o governo de Getúlio Vargas que houve a institucionalização do feriado.

Além da conquista da jornada de trabalho de 8 diárias, o Brasil também foi palco de outras conquistas trabalhistas no ano de 1940 como salário mínimo, por exemplo.

Até o governo de Getúlio Vargas, o Dia do trabalho era visto como um momento de luta, protesto e crítica às condições socioeconômicas do país.

No entanto, em seu governo, Getúlio Vargas transformou as atividades realizadas neste dia em festas populares, desfiles e outras celebrações, como forma de propagar as boas ações de seu governo.

É neste dia também que o governo costuma anunciar o aumento anual do salário mínimo.

Grande conquista dos trabalhadores advinda das manifestações trabalhistas, também conquistada no governo de Getúlio Vargas, é a Consolidação das Leis Trabalhistas – CLT, que garante outros direitos aos trabalhadores.

Considerações finais

O Dia do trabalho é resultado da luta de milhares de trabalhadores que permitiram que os trabalhadores do mundo inteiro tivessem a garantia de condições mínimas de trabalho e segurança.

Portanto, ele não é apenas uma celebração, mas também um momento de reflexão mediante ao que foi e o que ainda pode ser feito para melhorar a vida dos trabalhadores de forma geral.

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